quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011


                              Por que é tão difícil aceitar o fim de uma relação amorosa?

Uma das crenças é de que a pessoa não vai conseguir uma nova relação. Que ninguém amará como aquela pessoa que amamos, nos amou. 

Outra crença interessante é aquela, por conta da baixa autoestima, de que não se está bem fisicamente, que o cabelo não é da cor ideal, que o peso corporal não está bom, que a cor do olho não é bonita, que a altura atrapalha, a boca é fina demais, que o corpo não é atlético suficiente, que as rugas estão crescendo, os outros são mais jovens ou mais maduros, e vamos por ai afora criando justificativas que sejam aparentemente mais aceitáveis do que a realidade em si.

Existem também as relações possessivas que vêem o outro como propriedade, e essas quase sempre terminam em agressões, violência e crime. Nesses casos os desfechos são sempre mais traumáticos e deixam marcas para novas relações. Isso quando se sobrevive literalmente ao rompimento, pois ultimamente o que se vê são constantes noticias sobre mulheres assassinadas por seus exs que acabam algumas vezes cometendo suicido por não suportar “perder” a pessoa nem na morte. Mulheres também cometem desatinos, mas os homens são mais intolerantes do que as mulheres nessa obsessão de “perder a pessoa que se ama para outra”. As mulheres tendem a se isolar.

Relacionamentos distorcidos, numa cumplicidade equivocada de ter que fazer pelo outro mais do que faria por si. Agradar ao outro é primordial para que a troca por outra pessoa que faça mais, não aconteça. 

Deposita-se no outro expectativas, projetos, sonhos, sentimentos, tempo, para que o outro retribua e preencha o vazio que é de cada um. E como esse vazio não é preenchido corretamente, as cobranças só aumentam, e deixar o outro ir embora depois de toda uma dedicação, é tão dolorido que chega a ser uma dor física. As pessoas se deprimem, se abandonam na desilusão do investimento sentimental feito, que não foi correspondido.

Mal sabem elas que estão abandonadas faz tempo, não pelo outro, já que seu tempo era dedicado ao outro e não a si, existe um autoabandono. 

O que constrói essas histórias atuais, são as histórias de vida que cada individuo tem desde que nasce. Essa falta atual é uma falta cultivada por cada um durante suas vivencias. Mas ao invés de se responsabilizar pela busca e preenchimento do vazio, esperam que o outro faça isso. E o outro enquanto estiver comigo me dará a sensação de vazio preenchido, sensação falsa, diga-se de passagem. Porque é quando esse outro se vai, por vontade ou involuntariamente diante de uma morte, que o vazio reaparece, e junto à dor de saber que não conseguiu. 

Desconhecem essas pessoas tristes e deprimidas com fins de relacionamentos, que esse vazio só será suprido quando compreenderem o que exatamente faz falta, como e com o que desejam preencher que dependa só de si. Será quando então esse vazio poderá ficar completo, e não se esvaziará a cada vez que alguém decidir partir. 




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